É como me livrar de um peso nas costas. É como aliviar a
alma. É como esvaziar a caixinha de sentimentos que vive em mim. É me sentir
leve. É me sentir bem. Pode parecer estranho, mas é exatamente assim que eu me
sinto quando escrevo. As palavras conseguem esvaziar tanta coisa dentro de mim.
Elas conseguem eliminar as dores, as lágrimas, os pesos e acho que os pensamentos
também. No momento em que escrevo, vou colocando para fora tanta coisa que
me aflige. Tantos medos, incertezas, inseguranças, sentimentos.
As letras que
vão se juntando e formando meus textos, tem poder especial. Tem poder único de
me fazer forte, me fazer inteira, e me fazer nova. E me fazer pronta. Depois do último ponto, sei que minha respiração será sempre mais
leve, meus pensamentos mais organizados e meu coração mais aquecido. Talvez
seja por isso que eu escreva, pra aprender a conviver com os monstros, a qual chamo de “tristeza”. E a felicidade? Ah, a felicidade são as fadas. Não precisam ser
expulsas. Precisa ser alimentada. Porque
a felicidade não permite esvaziar a alma.
Costumo dizer que ás vezes a felicidade
me rouba o poder da escrita. Me sinto
tão leve, tão viva, que não sinto necessidade de colocar nada para fora. Quando
estou feliz, a necessidade que tenho, é de engolir o mundo. De engolir palavras.
Mas a tristeza, a tristeza não... Ela tem mesmo essa necessidade louca de
expulsar tudo que incomoda, tudo que é demais...
Palavra é renascimento, é
acordar a vida esquecida que se tem dentro. E é por isso que ontem eu escrevi,
que hoje eu escrevo e que amanhã eu vou escrever. Porque escrever é descarregar um pouquinho do
peso da vida, pra poder continuar. E não é que ás vezes ela pesa?!
Como agora,
nada me dói, nem me sobrecarrega, escrevo só pela necessidade de saber que
ainda sem precisar, é isso que eu gosto de fazer.
Mayra Coimbra
Nenhum comentário:
Postar um comentário