quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A menina que "envelheceu"... feliz




Sempre que perguntam minha idade, ou preciso preencher um documento, me pego pensando em como o tempo voa. E é inevitável e imediato, o pensamento: “como eu to velha”. Não que eu me sinta “velha”, mas tenho a impressão de que tudo aconteceu outro dia mesmo. Outro dia mesmo, tudo que eu tinha que me preocupar, era com que cor deveria colorir meu desenho. Outro dia mesmo, eu escondia debaixo da mesa, quando cantavam “com quem será”. Outro dia mesmo eu cresci, e minhas noções de mundo cresceram junto comigo. Olhando para trás agora, vejo os poderes do tempo. Como tudo muda. Como a gente muda. Como eu mudei. E sabe de uma coisa, eu me orgulho tanto disso. É como se eu não precisasse de outras vidas, para ser novos eus. E é só aí, que eu entendo o jeito adulto de dizer: ele(a) amadureceu.
Eu me orgulho de olhar para trás e não ver aquela menina que queria tudo para ontem. Me orgulho de não ser tão possessiva com as coisas e pessoas que amo. Me orgulho de ser o que sou e de ter deixado de ser, o que fui. Foi inevitável.São fases que a gente é obrigado a passar. Mas veja bem, é preciso “passar”. E eu passei. Hoje estou de cara com a maturidade. E ela é simples, não tem mistério. É reconfortante. 
Ela te faz enxergar o que você passou a vida inteira tentando aprender. Ela não te faz refém da própria história, mas construtor do seu próprio destino. Ela não te faz querer apressar o tempo, mas te faz saber esperar o momento certo para que as coisas aconteçam. Ela te faz não exigir tanto da vida, e nos ensina a deixar com que ela nos surpreenda. 
Eu amadureci. E viva o amadurecimento. Hoje eu aceitei a intensidade, a profundidade, o muito de tudo, mesmo que isso resulte em uma coleção de arranhões.  Hoje eu estou ciente de que a gente não sai dessa vida ileso. E mesmo sabendo ainda tenho uma vontade louca de seguir em frente. Hoje pela primeira vez em muito tempo, em todo tempo, eu dominei o medo, aprisionei a insegurança, amarrei os monstros criados pela senhora minha cabeça. Feito isso, hoje eu vivo. 

Feliz.

Amadurecidamente feliz. 

Mayra Coimbra 

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